quarta-feira, 4 de maio de 2011

Howard Dean - O Democrata Americano

Howard Dean é um consultor Americano, médico de formação, que iniciou a sua vida política em 1982 quando foi eleito para a Assembleia Estadual de Velmont. Mais tarde subiu ao cargo de Governador, onde permaneceu ao longo de 12 anos, que se traduziram em muitas reformas e progressos no Estado de Velmont. Contribuiu para os resultados históricos do Partido Democrata em 2006 e 2008, tendo presidido à Associação Nacional de Governadores, à Associação dos Governadores Democratas, entre outros órgãos de renome americano e internacional. Howard Dean esteve hoje presente nas Conferências do Estoril 2011 como orador da Sessão de Abertura. Ao longo do seu discurso, tivemos oportunidade de ouvir referências aos mais diversos temas, entre os quais a globalização, a crise internacional e a visão dos EUA sobre a Europa. Foi apresentado à plateia como um provável “Dr. House do Mundo” pelo moderador da sessão, e o médico fez questão de relembrar a sua ideologia política, liberal, referindo porém que um Governo não pode subsistir com políticas sociais insustentáveis. Assim sendo, como já tem sido dito por menos ou mais experientes, as ideologias políticas devem ser conjugadas de forma a encontrar um equilíbrio democrático, por um lado as políticas sociais e por outro as políticas orçamentais. O facto de pertencer à esquerda ou à direita não traduz a competência de um Governo, mas sim a linha das suas políticas, facto que raramente é tido em conta na Europa. Dean referiu-se a José Sócrates, felicitando-o pelo excelente acordo que, perante a actual conjuntura, estabeleceu com a Troika. Referiu ainda a qualidade das propostas e das medidas face aos casos da Grécia e da Irlanda, mostrando-se expectante e sempre muito optimista face ao futuro de Portugal.
Durante o seu discurso Howard focou-se diversas vezes na importância da juventude e do seu papel na construção da sociedade e do Mundo actual. Actualmente é a juventude que deve construir o ideal do Mundo. Aquando da eleição de Barack Obama em 2008, é importante referir que votou uma maior percentagem de população com menos de 38 anos do que com mais de 65 anos. Isto traduz a jovialidade da mente americana e do pensamento de Barack Obama que o levou ao poder. Este facto é uma reflexão das redes de segurança. Poderá parecer algo estranho, mas a verdade é que faz todo o sentido. O facto de a rede de segurança da Europa ser muito mais forte que a Americana, faz com que por vezes se traduza num obstáculo à inovação e ao desenvolvimento da educação e do conhecimento. Assim o oceano Atlântico poderia ser o ponto de encontro entre a inovação americana e a segurança europeia de forma a atingir o equilíbrio desejável. Howard Dean considera que face aos americanos, os europeus são tradicionalmente pessimistas e têm um gosto especial para se considerarem mais fracos, inferiores e com menos poder, referindo-se ainda às habituais queixas europeias relativas à importância do Euro e às suas condições de vida. A liderança da Europa é notável nos seus padrões ambientais, na defesa do consumidor e sobretudo na defesa dos Direitos Humanos. A exigência que a Europa aplica nestes parâmetros é invejada em todo o Mundo, sendo que a China é o principal país a ter a tendência de imitar o rigor das leis europeias, de modo a evoluir e a ser pioneira. Para o Democrata, não é América que dirá aos Europeus quais são os seus problemas, o que está errado ou as soluções que têm a tomar. Simplesmente, muitos países continuam a ter indivíduos que só se representam a si próprios e não ao seu país.

É assim o olhar de um Democrata Americano (esquerda) sobre a Europa, maioritariamente dominada pela direita.

1 comentário:

  1. Muito boa a tua reportagem e discrição do evento. Agora umas sugestões: não sei se poderemos apelidar os democratas de esquerda de facto; na Europa há uma clara distinção entre cultura mediterrânica e anglo-saxónica - para o bem e para o mal.
    Continua Alexandra. A tua evolução é notória e perceptível por cada novo texto.

    Saudações socialistas

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