quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Enfarte da Praça Pública

Decidi escrever algo sobre este assunto, de propositadamente, alguns momentos antes de Pedro Passos Coelho fazer a sua conferência de imprensa relativamente ás negociações do Orçamento de Estado 2011. Fi-lo agora, e não depois, exactamente porque agora é que está a dúvida, agora é que está a chama, agora é que estão os nervos e agora é que está a agitação.
As bolsas estão inconstantes, à espera de "palavras-chave" por parte de quem negoceia este OE. Os mercados estão na incógnita, o risco da dívida pública dispara. Soam alarmes vermelhos por todos os lados, o alerta surge 24horas por dia em todas as direcções. Toda a gente espingarda para onde bem lhe apetece, a culpa é de todos e não é de ninguém, é de X e é de Y, andamos aqui num balancé de um lado para outro.
Este Orçamento de Estado, começa mal, muito mal. Em termos financeiros, estamos numa das épocas mais negras que há registo. "Economia, dívida, contenção, défice, receita" são palavras que quem viveu fortemente os últimos tempos tem sempre na memória. Os discursos estão gastos, fala-se muito mas não se diz nada, como diria Platão fica a forma e falta todo o conteúdo. A partir do momento em que se começou a trocar acusações através de discursos políticos mesquinhos, este OE ficou marcado. A discussão começou em praça pública, os partidos e os governantes começaram a trocar bolas entre si, como se se tratasse de um jogo de ping-pong. Perante o risco eminente de vivermos em duodécimos e entrarmos em crise política, acalmaram-se os ânimos e partiu-se à negociação entre as duas maiores forças políticas. A toda a hora a comunicação social especula, regista todos os atrasos, todos os passos das comissões de negociação e capta sobretudo as declarações do Ministro Teixeira dos Santos e de Eduardo Catroga. Não há necessidade. O processo é complexo, põe em causa o futuro de um país inteiro, não temos tempo a perder nem riscos a correr para andar nestas declarações do "amanhã continuamos e do está tudo em aberto." A praça pública sabe demais. Os processo governativos e sobretudo de índole orçamental são específicos, são bastante delicados e por isso têm que ser resguardados. A especulação gerada a cada minuto, tem apenas um efeito: prejuízo para a economia portuguesa. Os investidores avançam e recuam, os economistas dizem e desdizem e o orçamento, esse lá continua sempre no mesmo sítio: "em cima da mesa". As declarações de Cavaco Silva, José Sócrates, Pedro Passos Coelho, Eduardo Catroga ou Teixeira dos Santos, preenchem páginas e páginas de jornais, abrem todos os noticiários, mas conclusões também não há. Subitamente, parecia estar tudo encaminhado, Eduardo Catroga lança a bomba e revela que as negociações romperam. Como o bom português diria "está tudo na fossa". As bolssas voltam ao vermelho, os alertas voltam a soar, o PM convoca os Ministros do Trabalho, das Obras Públicas e da Economia, Passos Coelho reúne com a Comissão Política do PSD e Cavaco Silva convoca Conselho de Estado extraordinário. E não querem os nervos em franja? Está tudo exposto. O mediatismo à volta deste Orçamento de Estado é estrondoso. A praça pública está gasta, está batida, está num autêntico coma. Mal tem espaço para respirar. São umas atrás das outras e ninguém consegue pensar onde estamos e o que está a acontecer. A cada hora há uma versão diferente, a cada hora soam espingardas diferentes. Daqui a cerca de meia hora Pedro Passos Coelho, vai falar. Especula-se sobre o que irá dizer, poderá ser a derradeira hora onde tudo ficará decidido. Apenas digo que chega de jogo público, chega de jogos de poder, chega de triunfalismos. O país precisa de todos, independentemente do poder ou do triunfo. BASTA! O país não precisa e não quer mais discussão em praça pública, o país merece que as divergências sejam tratadas nos devidos locais e que cada assunto ocupe o devido lugar.
Portugal, a Europa e o Mundo só precisam de saber o desfecho, o resto fica nos bastidores onde apenas os devidos responsáveis saberão o que se passa. Apenas precisamos da resolução! Os nervos estão à flor da pele, parece que temos nas mãos uma bomba prestes a rebentar. Esperemos pelas próximas horas. Rebenta ou contrai?

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Depois de um ano de Militante

Faz hoje exactamente 1 ano que me tornei militante da Juventude Socialista. É com o maior orgulho que marco esta data. 1 ano de desafios, de progressos, de conquistas e de vitórias. Cada experiência vivida na JS tem um valor especial, que se reflecte no dia-a-dia. Trouxe-me um novo olhar sobre o Mundo, novos pensamentos e sobretudo novas amizades com uma importância infindável. Os camaradas são do mais gratificante que há na JS, pois é o espírito de todos nós que constrói esta grande família socialista desde o Norte ao Sul até às ilhas.
Este ano foi para mim um ano de mudança, de reviravolta, de decisões que em muito contribuíram para a definição de uma pessoa com contornos diferentes. A entrada na JS foi o símbolo da mudança. Ao longo de cada experiência vivida dentro desta estrutura, há um crescimento, e este reflecte-se na vida diária, dentro ou fora da política, com ou sem camaradas. Para muitos foi largamente notável a mudança brusca, para outros nem tanto, porém tenho que referir que foi aquilo que de melhor poderia ter acontecido. A entrada na JS foi tomada de livre e espontânea vontade, depois de uma análise atenta de vários processos eleitorais. Digo-vos que foi uma decisão pensada, repensada e tomada em plena consciência, sabendo que a partir daquele momento algo seria diferente e teria um local onde poderia exprimir-me de forma diferente daquela que fazia até ali. Aceite de forma mais pacífica por uns do que por outros, o certo é que um ano depois sinto que este é o meu caminho. É no Socialismo que me revejo e é na Juventude Socialista que está a minha grande base. Autenticamente uma segunda família. Todos os dias aprendemos uns com os outros e todos os dias sabemos que estamos juntos pelos mesmos ideais.
Momentos como a Convenção Federativa da FAUL, o XVII Congresso Nacional ou a Rentrée Nacional do PS, ficam gravados. Há uma primeira vez para tudo, uma primeira oportunidade. Mas não são apenas momentos como estes que ficam. Por mais pequena que seja a memória, fica sempre algo de cada dia que se passa nesta estrutura. Desde a primeira reunião, aos primeiros conhecimentos até à primeira expressão de opinião, tudo fica! De qualquer forma tenho que deixar expresso que o momento mais vibrante de todo este ano foi a minha intervenção no XVII Congresso Nacional da JS. Um passo de gigante para quem iniciou este percurso há tão pouco tempo e se sentia insegura. A partir daquele momento fui invadida por uma dose de segurança que tem vindo a trazer benefícios.
Simplesmente um percurso de progresso, onde não ficarei a olhar para trás. O caminho é em frente e assim será até ao fim. Esta estrutura merece o melhor de mim e é isso que terá por muitos longos anos. É J, É S! É JS!