quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Wikileaks - Uma questão de liberdade?

A palavra "wikileaks" invadiu o nosso vocabulário de um momento para outro, sem sabermos bem como nem porquê. Certo é que jamais será esquecida. Em todo o Mundo fez manchetes de jornais, abertura de noticiários, reportagens e uns míseros milhões de artigos e comentários online. Mas afinal de contas de que se trata e de quem se trata?! Uma instituição sem fins lucrativos, criada na Suécia em 2006, com o propósito de divulgar documentos confidenciais, de fontes anónimas, relativamente a governos, empresas e outras entidades singulares e colectivas. Pois bem, segundo os responsáveis da wikileaks que são conhecidos, tudo isto é feito em nome da liberdade de expressão. No entanto, será mesmo assim? Parece-me que o conceito "liberdade de expressão" tem entendimentos diferentes. Todo este processo me parece bizarro. Não concordo com a acção da Wikileaks, mas também não apoio a prisão de Julian Assange. Este homem foi preso por acusações vindas da Suécia (país sede da Wikileaks) relativamente ao crime de abuso sexual, sem que tenham sidas apresentadas provas que a justificassem. O crime só é imputado, no momento em que é comprovado legalmente, e como tal considero que a atitude da Suécia perante a situação é completamente repudiável.
É certo que a liberdade de expressão e informação é um direito inabalável, que está presente na Declaração Universal dos Direitos Humanos, mas por outro lado também existe o direito à privacidade. E mesmo considerando que os governos e empresas não são pessoas singulares, são pessoas colectivas. Os documentos confidenciais, obedecem a regras de privacidade, que por qualquer motivo não devem ser divulgados, por conseguinte essa confidencialidade deve ser respeitada, independentemente do teor do documento. Se assim não fosse, para que teriam as entidades bancárias, tribunais e outras instâncias, o sigilo e confidencialidade de dados?! Ora bem, considero que quem apoia a divulgação dos documentos pela wikileaks, deveria pensar se enquanto pessoa gostaria de ver as suas contas bancárias, documentos e valores pessoais expostos aos olhos de quem passa. Sim à liberdade de expressão, mas não à intrusão na vida pessoal e privada. Muitos dos documentos que vão sendo divulgados, provocam nada mais nada menos do que mais instabilidade, descredibilização e desconfiança. Realmente um grande contributo para o Mundo de farsa e mentira onde vivemos. Um óptimo alimento ao ódio humano e que certamente trará consequências irreparáveis em sistemas governamentais e empresariais. Liberdade sim, invasão não.
A minha liberdade só começa quando a do outro acaba.

sábado, 11 de dezembro de 2010

Nota Presidencial Imprescindível

A cerca de 6 semanas das Eleições Presidenciais a pressão em torno do apoio aos candidatos é enorme, principalmente dentro dos partidos políticos. Podemos dizer infinitas vezes que o candidato presidencial é uma pessoa e não um partido, porém dissociá-los será impossível. Todos referimos a cor política do candidato ou do PR, quantas vezes não referimos o único "mandato na PR de direita"? Mesmo sendo indissociáveis para a maioria, é certo que o PR é uma pessoa que deverá ser imune à sua filiação partidária. No entanto, durante a campanha não é assim. Se nos outros actos eleitorais os militantes, mesmo não acreditando no seu candidato, procuram não por em causa o seu partido, não fazendo campanha por outros. Nas eleições presidenciais o caso muda de figura, quer queiramos quer não. E é neste sentido que preciso de aqui deixar expressa a minha posição e a minha convicção. Não tenciono fazer contra campanha em relação a qualquer candidato e portanto não voltará a ser neste lugar que vou identificar qualidades e defeitos de uns e outros. Nada do que possa aqui deixar registado é um contrato, no entanto sinto que ao fazê-lo deixo aqui um compromisso, uma posição que irei manter.
Sim, sou Socialista. Digo-o com convicção, com orgulho. No entanto, não tenho que concordar com todas as decisões dos dirigentes partidários e portanto além das minhas convicções partidárias, tenho convicções pessoais e valores que são intransponíveis. No momento em que me disserem para fazer campanha eleitoral pelo Candidato Manuel Alegre, negá-lo-ei pelas minhas convicções pessoais e por um leque de razões que já foram expostas no local adequado. No momento em que me disserem para fazer campanha pelo Partido Socialista ou em nome do Partido Socialista, estarei lá com tudo o que puder dar de mim, pelas minhas convicções partidárias, até ao fim da luta. Sinto que agora deixo clara a minha posição, sem qualquer falta de respeito ou apoio ao partido, mas sim com uma opinião diferente daquela que foi adoptada. Não negarei campanha eleitoral ao Partido, e sempre que possa sair à rua fá-lo-ei em nome do Partido Socialista e não em nome de qualquer outra pessoa concordando ou não com a sua atitude. Acima de tudo, Socialismo!