segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Requalificaçao e Reordenamento do Parque Escolar

O Plano de Reordenamento e Requalificação do Parque Escolar foi aprovado no ano 2007 e tem como principal objectivo recuperar e modernizar as Escolas Secundárias, criando melhores condições de aprendizagem. 46% das escolas foram construídas na década de 80 sem que tenham tido intervenções até à data, e como tal cerca de 30 anos depois é preciso uma readaptação às necessidades actuais. O facto de se ter aumentado em massa os estabelecimentos de ensino nessa década, fez com que a construção fosse feita em série e segundo soluções-tipo, que não permitiram o estudo prévio das modernizações, adaptações e reestruturações que o tempo acarreta.
Numa primeira fase foi criada uma entidade composta por arquitectos, engenheiros e professores, capazes de criar um modelo para a modernização e recuperação das escolas, segundo as necessidades que se impõem na actualidade.
Nas fases idealizadas até ao momento, a requalificação é superior a 60% em 205 Escolas Secundárias. Em grande parte das intervenções, os parques escolares ganham cerca de mais 30% de área, capazes de darem resposta ao ensino mais eficaz das Ciências, Artes e Tecnologias, que necessitam de espaços específicos.
Dois pontos que têm particular importância são: as acessibilidades especialmente para pessoas com mobilidade reduzida; e a protecção do meio ambiente, que nas construções mais antigas eram esquecidas. Com esta modernização e recuperação as escolas passam ter condições para receber todos os alunos, independentemente das suas limitações e adoptam políticas de protecção do meio ambiente, contribuindo para o desenvolvimento sustentável.
Outro dos aspectos relevantes deste programa é a modernização em termos tecnológicos. Actualmente existe em Portugal um computador por cada 14 alunos, sendo que o objectivo é modificar a situação, atribuindo um computador por cada 2/3 alunos. Chegam às escolas mais meios informáticos e instalam-se quadros interactivos benéficos no ensino de disciplinas como Matemática ou Geometria.
Portanto as escolas que são alvo das intervenções visadas por este programa ficam dotadas de novas e modernas infra-estruturas capazes de oferecer um ensino mais eficaz, actual e adaptado aos alunos. O ambiente escolar torna-se mais agradável para alunos, docentes e não-docentes, que passam grande parte dos seus dias nas escolas.
Este programa torna-se ainda um motor de desenvolvimento nacional empregando 150/180 pessoas por obra e agindo de acordo com o Plano Nacional de Política de Ordenamento do Território (PNPOT), contribuindo para a redução de assimetrias entre o litoral e o interior do país. Um projecto de raiz que contribuirá para o melhoramento da rede escolar de forma significativa e que trará benefícios aos alunos, professores, auxiliares e a todas as comunidades educativas.

(No link http://www.parque-escolar.pt/m-novo-modelo-edificio-escolar.php é possível observar o projecto base que guia as remodelações dos parques escolares.)

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Hectares e hectares consumidos

Antes de qualquer outra referência, tenho que aqui deixar uma grande palavra de força (que se torna pequena), aos Bombeiros portugueses que todos os dias combatem as chamas que teimam em lavrar pelo país fora.
Cada imagem que passa todas horas nas televisões arrepia. Chamas que teimam em vencer perante o cansaço dos bombeiros. Incêndios que tomam proporções gigantescas, monstruosas e consomem tudo por onde passam. Mais de 95% destes incêndios têm origem humana, a negligência e o fogo posto continuam. Os comportamentos dos portugueses não mudam, continuam a correr riscos e a ter gosto em ver as chamas consumirem hectares e hectares de floresta. A culpa não é só da falta de limpeza das florestas. A mão humana é o maior perigo e a maior culpada que se pode apresentar. Os Bombeiros são poucos para tantos pedidos, para tantas chamas, para tanto terreno e para tão pouca falta de civismo. Na maioria é do que se trata.
Os Bombeiros continuam a deparar-se com más condições de acesso nas aldeias perdidas no interior do país, ficam horas a fio sem alimento e sem dormida a combater o fogo que não dá tréguas. O cansaço dos nossos heróis é notável pelas imagens que entram diariamente nas nossas casas. As corporações têm recursos escassos, e o Governo teve que lhes antecipar os pagamentos para que possam sair dos quartéis e combater os incêndios de todo o país. Fazem quilómetros e quilómetros para a entreajuda. São Pedro do Sul, Gerês, Arcos de Valdevez, Gouveia, Castro Daire e tantos outros nomes que têm estado acesos ao ritmo rápido das chamas.
Lamentamos duas mortes de heróis no combate aos incêndios e ainda alguns feridos. O PR e o PM interromperam as suas férias como forma de solidariedade nacional e para acompanharem a situação do país, mas nada de mais podem fazer. Os Bombeiros e populações afectadas são os verdadeiros combatentes.
Já não sei se vale a pena apelar ao bom senso dos portugueses, porque infelizmente acho que existem mentalidades neste país que já não mudarão. É duro, é frio mas é real. Muita gente continua com mentalidade medíocre que não vê além do seu próprio umbigo. No entanto como tudo vale a pena quando a alma não é pequena, cá fica o apelo a que haja tolerância zero nos comportamentos na floresta. Quanto ao fogo posto, não sou capaz de apelar a criminosos que mudem os seus hábitos. Força, Bombeiros Portugueses!

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Os dois lados da família

Os últimos dias e os que virão brevemente, levam-me a pensar no inverso em que me encontro. É certo que a família é um todo mas é inevitável fraccioná-la. O lado materno e o lado paterno, é este o meu inverso, é esta a grande questão. Do lado materno sou a prima mais nova e vejo neste momento os mais velhos a casar. Do lado paterno sou a prima mais velha e vejo ainda crianças a nascer onde tenho o prazer de ser madrinha. Como já alguém me disse, de um lado calo e do outro falo. A realidade é mesmo essa. Onde sou a mais nova, sou eu que questiono e que ouço. Onde sou a mais velha sou eu que falo e que aconselho. Porém, acreditem ou não, não sei dizer o que é preferível. Os dois papéis têm pontos positivos e negativos, e não recusaria nenhum deles. Provavelmente sendo sincera, o papel da prima mais velha encaixa mais em mim, mas não dispenso de forma alguma os conselhos dos mais velhos. Afinal de contas perco-me no meio das crianças, e consigo dar-lhes um pouco do que eu vivi a mais do que eles. Partilho com eles o que já passei e que eles não sabem, e posso por instantes relembrar o que era em criança. São primos desde os 15 anos aos simples 3 meses, junto dos quais posso ensinar e aprender. É certo que gostava de os ter mais perto, de poder ver como evoluem, de poder dar mais de mim e de poder receber mais do tanto que as crianças têm para dar. Mas a vida não o permite, e são alturas de Verão ou de festa, que nos unem por algumas horas onde todos saltam, brincam, riem e sobretudo aproveitam o que é ser uma família. Com os mais velhos é diferente. Eu sou a benjamim, eu é que pergunto e ouço aquilo que eles sabem melhor do que eu. Não é em nada comparável à outra situação, mas também não é em nada desprezável. Aprendo muito com eles, e gosto de ouvir o que têm para me dizer. Sei que a idade fala mais alto, e que seguirão as suas vidas mais depressa, mas não deixarão de estar perto. Talvez um pouco mais ausentes, pela necessidade de construirem um lar, uma família e uma vida adulta, mas sempre prontos quando chamar por eles. Eu chamo pela Cátia e pelo Fábio. A Daniela, o Jordy, o Roberto, a Allisson, o Micael, o Joel, o Loïc, o Diogo, o Bruno e a Bruna chamam por mim, e pelo menos ainda mais dois meninos chamarão.
Acaba por ser um dualismo, uma contrariedade que confunde mas que é saudável. Aprende-se assim, de forma muito natural a assumir dois papéis diferentes, a aceitar duas realidades e a adaptar-se ao que possa surgir de um lado e de outro. Sentimo-nos repartidos, sabemos viver dois mundos. Enfim, aquilo que dou de um lado, posso receber do outro... O encontro deste ano dos mais novos já foi, agora virá o dos mais velhos.


Fica o último registo dos mais novos - Julho 2010