quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Importância e Presença da Juventude

Por estes dias milhares de jovens com "canudos" bem frescos, procuram o seu primeiro emprego ou o seu primeiro estágio. Na maioria dos casos vagueiam sem grande rumo, à procura que alguma entidade lhes dê uma oportunidade. A verdade é que muitos empregadores não querem trabalhadores sem experiência, não querem perder tempo a ensinar. Os estágios, segundos os mesmos empregadores, também não lhes trás muito benefício, a questão de ensinar e ambientar um jovem ao mercado de trabalho, não lhes agrada. E os jovens acabam por se sujeitar aos estágios não remunerados, durante os quais continuam a depender de outros e não conseguem tornar-se independentes. São necessários estágios para garantir aos empregadores a existência da devida formação profissional. Para fortalecer a formação profissional, os jovens perdem simplesmente muitas oportunidades e autonomia no seu processo de Emancipação Jovem.
Não são dadas as devidas oportunidades e muito menos a devida importância. Os mais velhos, digamos assim, com vidas constituídas, esquecem-se dos jovens que dão os primeiros passos para o mercado de trabalho e para a construção de família. Depois de se atingir a idade adulta em pleno, com vidas delineadas, esquece-se o que ficou para trás, as dificuldades do primeiro emprego, de sair de casa, da primeira casa. Estas são dificuldades dos jovens, que são ignoradas. São muitos, os que têm que se atirar de cabeça sem saber ao certo onde vão parar, sem uma simples ajuda, um guia. Todos passam por esta fase, mas esquecem-na muito rápido. As políticas de emancipação jovem começam a dar os primeiros passos, mas ainda escasseiam face às necessidades que a actualidade exige.
Continuo a afirmar que os jovens continuam a receber pouca atenção. Os jovens de hoje, serão os trabalhadores e impulsionadores amanhã. Quanto mais apostarmos na juventude, maior benefício teremos num futuro bastante próximo. As atitudes de reivindicação juvenil não podem continuar a ser tomadas apenas pelas associações de jovens ou juventudes partidárias. Temos que pensar que mesmo os que já não são jovens, já por aí passaram e certamente tiveram as suas dificuldades. O que realmente custa ao povo português é desfazer a imagem que se associa à palavra "jovem", porque o tal jovem ainda é considerado por muitos como um irresponsável e imaturo, que pouco ou nada sabe do que custa construir uma vida estável. O grande conselho dos mais velhos é "aproveita os teus anos de juventude", mas a verdade é que tal se torna difícil com esta espécie de cerco que se foi montando ao longo dos tempos. De dia para dia a juventude ganha descredibilidade junto da população, e é esta mesma população que não consegue dar oportunidades aos seus jovens. E por muito que possa custar a entender é a falta de oportunidades e alternativas, que desencaminha alguns jovens.
A nossa presença continua a ser primordial, para que as oportunidades que não nos derem, sejam dadas às próximas gerações. Amanhã seremos nós a tomar conta de Portugal, e quando isto acontecer não quero que os jovens se continuem a sentir resumidos ao pensamento incorrecto da sociedade. A juventude, neste caso, tem que ser considerada como os últimos anos da adoelscência e os primeiros da idade adulta. E quer queiram quer não, temos que admitir que nesta fase ocorrem muitas mudanças a nível psicológico e social, que de certa forma influenciam o futuro de cada um.
Uma oportunidade bem formulada, para um jovem pode valer muito. Só precisamos de uma base, um primeiro pilar. E daí para a frente, tudo será diferente. Aquela pequena luz que se criou, será o raio que conduzirá ao sucesso. O espírito de um jovem trás benefícios a qualquer local, a vitalidade, a inovação e a mudança, são características bem patentes que têm que ser valorizadas. Chega de jovens perdidos, apenas precisamos de jovens activos.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Mentalidades inflexíveis

Sei que a mentalidade de um povo é um tema particularmente delicado e difícil de se abordar, mas teimo em falar dela. Não me posso calar, não posso permanecer a olhar e ficar impune aos comportamentos decorrentes da mentalidade dos cidadãos portugueses. Obviamente que não quero rotular ninguém, não somos todos iguais e felizmente existe um grande grupo de pessoas que não é assim. Mas em qualquer cultura ou sociedade nós conseguimos identifcar uma espécie de corrente ou uma maioria que teima em sobreviver acima de todos os outros.
Porque é que o português tem que ser diferente? Porque é que o português tem que ultrapassar a regra? Porque é que o português tem que ser o espertalhão? Porque é que o português tem que se destacar por onde passa? Porque é que o português tem que ser Doutor?
Não podemos negar que o típico português tem que ser o "chico-esperto" lá do sítio. Por onde passa tem que ser rei e senhor, sabe tudo e que ninguém ouse ensinar o que quer que seja. Juro-vos que não entendo esta mentalidade, ou então sou eu que estou nos sítios errados e vejo demasiadas pessoas nestas condições. Cada vez menos podemos contar com um cidadão propriamente dito, com ideias, com objectivos e sobretudo com projectos de vida regidos por padrões socialmente aceitáveis. Continua a ideia de que o que interessa é o que se passa dentro das 4 paredes de casa, o que sai da nossa porta não é nosso. E é este o ponto fulcral que nos leva à maior parte da cota de falta de civismo em Portugal. Quando saímos de casa, temos ainda mais responsabilidade do que dentro de casa. Na via pública, tudo é de todos e portanto todos temos que respeitar esse espaço, promovendo a sua limpeza e conservação. É errado pensar que não é preciso preocupação, e que o que vem atrás fará isso por nós.
Repito que não pretendo criticar ninguém, mas sim uma classe. O facto de já ter passado algum tempo de vida noutro país da Europa, ajuda-me nesta imcompreensão, simplesmente porque a dita mentalidade não se assemelha em nada! No fundo acho que a maioria quer estatuto, quer título e para isso faz o que for preciso. Actualmente, perante a crise que atravessamos, já se perde a conta à quantidade de pessoas que andam na rua como se não tivessem qualquer dificuldade, gastam o pouco que têm para mostrar que são pessoas desafogadas, mas no fundo mal ganham para sustentar a família. Isto preocupa-me. Continuamos a viver das aparências e não da essência do ser, vestir-se com roupas de marca conceituada continua a dar um círculo maior de amigos. Este é um verdadeiro problema, um vício social que desencaminha muitos, sobretudo jovens.
Continua a deixar-se os dejectos dos animais nos passeios, continua a deitar-se a pastilha e o papel que temos a mais no chão, continuam a deixar-se beatas dos cigarros por todo o lado, basicamente a falta de civismo impera na via pública, o que se traduz numa excessiva falta de limpeza e brio naquilo que é de todos e no que nos deveríamos orgulhar.
Estamos num país que acenta muito na crítica. A crítica poderá ser benéfica caso seja composta de forma construtiva e inteligente, de modo a melhorar um determinado serviço. Mas temos que cair na realidade e ver que a maioria das críticas, são tudo menos inteligentes e construtivas. A crítica do português baseia-se demasiado no "bota-abaixo" e muito pouco na sugestão. Uma crítica deve ser apresentada com pés e cabeça e sobretudo com sugestões e alternativas que no nosso ponto de vista possam ser benéficas. Um trabalhador que execute mal a sua função, perde toda a legitimidade em criticar o trabalho de outro. Este mundo tecnológico em chats, fóruns ou em simples comentários noticiosos, mostra-nos a falta de capacidade de raciocínio lógico e coerente de uma grande camada da população. Volto a dizer que isto preocupa-me. Os jovens são criticados todos os santos dias, a toda a hora, são o podre da sociedade. Mas na realidade isto acontece porque poucos são os mais jovens que ousam falar e dizer o que está mal nas camadas mais velhas. Os mais velhos, falam dos mais novos sem olhar a sua imagem perante uma sociedade tão despreocupada. Jovens ou menos jovem, compõem a sociedade como um todo.
Certo é que quando o português emigra e vai trabalhar num país bem diferente do seu, é eficiente. É mão de obra que agrada e que trabalha a bom ritmo. Será porque as recompensas monetárias são maiores? Ou porque sabe que fora de Portugal, para comer tem que trabalhar a sério? Ou porque é imposta a famosa "rédea curta" logo à partida?
Não posso chegar aqui, escrever meia dúzia de palavras e mudar meio mundo, simplesmente porque isso é impossível. Mas posso escrever e ser ouvida, fazer reflectir sobre o que temos à nossa volta e pelo menos fazer com que se tire alguma conclusão. Meras mentalidades!