quinta-feira, 9 de junho de 2011

A Campanha Eleitoral Anunciada

Não faz o meu género criticar o adversário directo para justificar resultados ou falhas, porém quando o adversário desce a tamanho nível e entra na rede dos jogos mesquinhos, não me resta alternativa senão referir-me ao dito senhor. Tudo isto poderia ser dito antes das Eleições Legislativas, porém digo-o agora para não me acusarem de angariar votos criticando os outros. Esta campanha não teve forma nem conteúdo, numa sede de poder angustiante esqueceram-se os programas, as propostas e as pessoas. Durante mais de um mês entraram pela nossa casa imagens das diversas acções de campanha, cruzámo-nos com elas na rua.

Chocam-me profundamente algumas palavras de quem quis ser o nosso Primeiro-Ministro, e realmente o conseguiu. Porém conseguiu apenas, porque o voto de grande parte dos portugueses, foi de protesto. Voto contra José Sócrates, não contra o PS. Episódios como colocar Fernando Nobre a caminho da Presidência da AR, pôr em causa o Programa Novas Oportunidades ou a utilização de palavras grosseiras, marcaram sem dúvida a campanha do PSD. Só não viu e não ouviu, quem não quis. Mas não vale a pena voltar a levantar as ondas que já estão no passado, permancerão na memória de quem assim o entender e com os quais poderá fazer os juízos necessários, relativamente aos envolvidos. Uma campanha de diz que disse, de mudança de ideias, de constantes avanços e retrocessos de medidas. Uma instabilidade eleitoral que deixa já em aberto a instabilidade em que se traduzirá o novo Governo. Infeliz, Manuela Ferreira Leite, ao exprimir como seu principal objectivo 'eliminar' José Sócrates, inclusive da oposição. Mais uma vez, o adversário não era o PS, não era o partido nem a sua ideologia nem o seu programa, era José Sócrates. E o PSD teria negociado com o PS caso não fosse Sócrates o seu secretário-geral, chegamos então ao ponto em que deixam de ser os militantes a decidir quem é o seu SG, agora é a oposição que faz exigências à estrutura interna do partido! Onde é que vamos chegar? Assusta-me profundamente o futuro. Serão jovens como eu a pagar todos estes jogos, a sede do poder, a incompetência e a irresponsabilidade. E é por tudo isto que continuarei na luta, lado a lado com o PS e a JS. É para mostrar que o nosso futuro não tem que ser este. A actualidade foi traçada há já muitos anos, à data da entrada de Portugal na CEE em que o PM Cavaco Silva deitou por terra a pesca e a agricultura. Não podemos deixar que o nosso futuro volte a ser ditado por políticas de direita e pela destruição do Estado Social. Neste momento, tenho ainda mais razões para ir à luta neste partido. Depois desta campanha e destas eleições, um novo ciclo interno e no país avizinha-se.

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