quarta-feira, 5 de maio de 2010

Greves de Interesses

Nas últimas semanas temos vindo a assistir a greves dos mais diversos sectores. Com o passar dos anos começa a usar-se e abusar-se das greves. Não temos dúvidas que a greve é um direito, mas já que os trabalhadores não recebem o dia de salário, seria aconselhável fazer greves com cabeça, tronco e membros. Greves que tivessem razões realmente importantes, não para uma classe, mas sim para todos.
A maioria das contestações residem no congelamento do aumento de salários. Será esta um razão plausível? O país está em crise, vive uma situação económica e financeira difícil, onde precisa de controlar os seus gastos e receitas à risca, para não chegar a uma situação similar à da Grécia. Compreende-se também que os trabalhadores estejam a passar por dificuldades, porém para que o país não caia em banca rota, é necessário que haja esforços de todas as partes. Sabemos que nos pedem esforços repetidamente, porém não temos outra solução. Não vão uns pagar por outros. As actualizações de salários custam milhões aos cofres estatais. Milhões esses que fazem a diferença nas contas. É difícil perceber a razão das greves para aumento de salários, quando todos sabemos que os cofres estão gravemente feridos e sem capacidade de responder a tudo. Para uma recuperação eficaz, as prioridades têm que ser estabelecidas. Não queremos deixar para trás os es esforços e direitos dos trabalhadores, aos quais agradaria qualquer pequeno aumento, mas actualmente não é uma solução viável para este pequeno país. É absolutamente fundamental e prioritário, centrarmo-nos na recuperação económica do país e não nos interesses individuais de cada pessoa.
Se o objectivo destas greves é dificultar por horas a vida de um país, pois então parabéns. É exemplo a greve dos transportes públicos, que impediu de trabalhar muitos que queriam trabalhar e de estudar os que procuram o conhecimento para levarem o Mundo mais longe. Greves de função pública que param escolas, hospitais, finanças e tantos outros serviços imprescindíveis ao bom funcionamento do país.
Sinceramente, sem negar que todos têm o direito à greve, é algo que actualmente me deixa revoltada. Até agora viviam com determinado salário, pois então e se agora continuarem com o mesmo? Não sofrem aumentos agora, sofrerão mais tarde. Bem sabemos que também muitos preços não sofreram aumentos no início de 2010. A conjuntura económica é deveras má para alimentar todas as reivindicações. É impossível! E enquanto uns reclamam aumentos, outros procuram ter apenas algo que comer e por outro lado, outros preocupam-se com o que é realmente importante, tal como a adopção de medidas eficazes de combate à crise. Serão estas greves realmente necessárias e aceitáveis, perante o resto de situações que existem à nossa volta? Temos prioridades nas quais temos que pensar e reflectir, com vista à reabilitação da economia.
Até às próximas notas caríssimos.

3 comentários:

  1. Quando analisámos o direito à greve devemos ser muito cuidadosos, especialmente porque muitas vezes as dificuldades só são compreensíveis quando vividas na primeira pessoa.
    É difícil ficar resignado quando as dificuldades do Estado afectam directamente o agregado familiar, daí compreender perfeitamente o comportamento dos grevistas.
    No entanto, tens toda a razão, o País está em crise e todos devemos fazer a nossa parte. Mas será que esses esforços estão a ser justamente partilhados por todos nós? Quanto a mim é uma questão que deve ser analisada com cuidado, especialmente porque estamos a tratar de pessoas.
    Quanto aos fins corporativos do sindicalismo contemporâneo para mim, tal como para a autora, são também algo de negativo. Chegamos ao cumulo que só poder fazer greve quem tem poder e está bem a nível profissional, sendo que a maioria dos trabalhadores comuns do sector privado teriam muito mais razões invocar e participar em greves.

    Parabéns pelo blogue camarada. Força

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  2. Alexandraa, selo para ti no meu blog, daqui a 5 segundos:P

    beijinhos,
    bb

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  3. Escreves muito bem, adoro os teus textos.
    Beijinhos *.*

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