segunda-feira, 5 de abril de 2010

Controvérsias do Estatuto

Um Estatudo do Aluno... Aquele que diariamente faz manchete nos jornais e televisões. Propostas de Alteração, negociações, autoridade, dirigentes, deputados, ministros, direccções, professores, auxiliares. Agora perguntam onde estão os alunos neste conjunto de pessoas?! Simplesmente não estão. Este Estatuto tem vindo a ser discutido por vários orgãos representativos de várias classes, à excepção dos alunos. Os maiores interessados no estatuto, são os que não são ouvidos. Mas audições ou não à parte, as controvérsias são grandes. Cada dia que passa saem notícias com propostas diversas.
O Ministério da Educação é composto por profissionais que têm uma fraca ligação com alunos e com o meio escolar. Não é possível que tenham noção das reais necessidades dos espaços escolares. Não têm contacto com os alunos diariamente para saberem o que precisam ou do que carecem.
No sábado soltei uma gargalhada quando me deparei com uma notícia sobre a nova proposta do ME, no Jornal Expresso. Sabemos bem que a carga horária dos alunos é pesada nos vários anos por que passam, porém como é possível quererem dar a possibilidade às escolas de tornar História, Geografia, Ciências Fisico-Químicas e Ciências Naturais em disciplinas SEMESTRAIS?! Uma atitude destas obviamente que diminui a carga horária destas disciplinas (mesmo se a carga delas já é bem pequena em relação aos programas!!). Obriga à execução de novos programas curriculares e consequente reestruturação de livros escolares e ainda à diminuição de professores. Factos estes que fazem os cofres do Estado ganhar. Porém os alunos não ganham com esta atitude. O facto de reduzir o horário não compensa os alunos. Afinal de contas haverá redução dos programas e conteúdos leccionados, logo os conhecimentos adquiridos para o Ensino Secundário são menores. Ou têm também que adaptar os programas do Secundário, ou o insucesso sofrerá um aumento terrível! Se já até aqui os professores destas disciplinas se viam "desgraçados" para cumprir programas a tempo e horas (já que temos uma história bem grande!), como será se for apenas em semestres? Cortamos a nossa própria história e o nosso funcionamento biológico?! Teremos alunos com uma cultura ainda mais fraca que a actual, com menos conhecimentos, com mais insucesso. Os conteúdos são drasticamente cortados da cabeça dos alunos. Se com 3 meses de férias esquecem a maioria do que apredem num ano, então com tanto tempo de interregno como estarão aquelas cabeças quando voltam? Caem completamente de pára-quedas. Da parte do ME não há respostas. E resumidamente é uma decisão que não é viável! E já nem quero pensar no facto de caber a cada direcção de escola decidir sobre este facto! Então vamos ter alunos mais sabedores que outros e uns com mais horários que outros?! Sinceramente...
E como podemos aceitar que os alunos que faltam injustificadamente, não chumbem? Alunos que faltam justificadamente, não são diferenciados de alunos que faltam por faltar (injustificadamente). As faltas, independentemente da sua origem, dão lugar a provas de recuperação. E os alunos fazem tantas provas quantas as necessárias até ao fim do ano. Estas provas fazem como que uma justificação das faltas e os alunos acabam por passar independentemente de darem muitas ou poucas faltas. Não se pode compreender e muito menos aceitar.
Estes são apenas dois exemplos de propostas para alterações ao Estatuto que são completamente inadaptadas aos meios escolares. De louvar a proposta do CDS-PP, que mesmo sendo para mim da oposição, consiste numa proposta bastante viável que leva os interesses dos alunos mais alto! Alunos, reflictam sobre o nosso próprio estatuto que teima em não corresponder às nossas necessidades e expectativas.
Até às próximas notas caríssimos.

Sem comentários:

Enviar um comentário